Faculdade São Luiz abre XXIII Simpósio de Filosofia
Evento reúne acadêmicos, professores e comunidade em torno do tema “Compreender o mundo, formar o novo: a educação em Hannah Arendt”
A Faculdade São Luiz abriu, na noite desta quarta-feira, 8 de outubro, o XXIII Simpósio de Filosofia. Neste ano, o evento tem como tema “Compreender o mundo, formar o novo: a educação em Hannah Arendt”, reunindo acadêmicos, professores e comunidade para debater a atualidade do pensamento da filósofa e teórica política alemã.De acordo com o diretor da instituição, prof. P. Silvano João da Costa, o simpósio é um espaço de reflexão mais ampla dentro da programação acadêmica da faculdade, com um tempo dedicado ao pensamento e à troca de ideias.“Queremos refletir sobre Hannah Arendt, trazer pontes com a realidade e impulsionar nossos estudantes a avançarem nas pesquisas. A filosofia tem esse veio do aprender a pensar e a refletir, algo essencial em uma sociedade cada vez mais automatizada. Este simpósio é um convite para que o ser humano volte à sua essência: a capacidade de refletir, de ter criticidade e de se tornar um ser melhor”, destacou o diretor.Para o coordenador do curso de Filosofia, prof. P. Josimar Baggio, a escolha do tema reforça o compromisso da instituição com uma formação que dialoga com a sociedade e com os valores cristãos.“Nosso curso quer ser um espaço de diálogo, partindo dos valores cristãos que norteiam a instituição. Refletir sobre educação e a formação integral do ser humano faz todo sentido para nós. Hannah Arendt é uma autora extremamente atual, trabalhou o tema da \'Banalidade do Mal\', muito atual no mundo de hoje em que nós temos mais de 50 conflitos armados acontecendo. Ela dizia que a educação é o ponto onde compreendemos se amamos o mundo o bastante para assumir responsabilidade por ele. E é isso que buscamos aqui: educar com responsabilidade sobre o presente e o futuro”, ressaltou.A professora Lara Emanuele da Luz Batisti, organizadora do simpósio, explica que a escolha pelo estudo de Hannah Arendt foi feita pelos próprios acadêmicos, em uma votação realizada no ano passado.“Como minha trajetória acadêmica é toda voltada ao pensamento dela, assumi com alegria esse desafio. Neste ano, decidimos focar na educação, um tema cada vez mais urgente. O simpósio é também um espaço de diálogo com a comunidade, um ambiente de escuta e reflexão, para pensar com Arendt sobre a crise da educação e o papel de formar seres humanos capazes de agir no mundo”, explicou a professora.Lara lembra ainda que o simpósio também é um espaço de reconhecimento para as mulheres na filosofia.“Ao longo da história, poucas mulheres foram estudadas nesse campo. Tivemos Edith Stein na última edição e agora Hannah Arendt, que é essencial pela profundidade de seu pensamento e pelo que representa enquanto mulher no cenário filosófico”, completou.
A conferência de aberturaA conferência de abertura foi ministrada pelo Padre Me. Francisco Lawall, que já atuou como professor e coordenador do curso de Filosofia da Faculdade São Luiz. Com o tema “Totalitarismo e política, espaço público e liberdade: os fundamentos do pensar político-filosófico arendtiano a partir de um olhar fenomenológico”, o palestrante abordou a atualidade do pensamento de Arendt, especialmente em relação à perda de sentido da política e à importância da educação como condição para a liberdade.“Quando vivemos épocas de crise, é preciso compreender como chegamos até aqui, e foi isso que Hannah Arendt fez. Ela não buscava culpados, mas queria entender o que levou a política, e até a vida humana, a perderem seu sentido”, explicou Lawall.Ao comentar a relação de Arendt com a educação, o professor destacou que, para a autora, ela é uma “precondição da vida política”.“A educação é uma passagem para o mundo adulto, onde a condição humana é a liberdade. Quando a educação se transforma em um fim em si mesma, a política desaparece. Por isso, ela deve preparar o ser humano para agir no mundo, e não ser apenas instrumento de poder”, afirmou.O professor Francisco Lawall também lembrou que neste ano, completa-se 50 anos da morte de Hannah Arendt, e que eventos como o simpósio são uma oportunidade de revisitar o pensamento da filósofa e também uma oportunidade de renovação para os estudiosos da área.“É uma alegria reencontrar ex-alunos e pesquisadores que hoje se dedicam ao estudo dela. O simpósio é um espaço para isso: revisitar ideias, abrir novas discussões e inspirar novas gerações a seguir pesquisando filosofia”, concluiu.
ProgramaçãoA programação do simpósio segue até sexta-feira, 10, abordando diversos aspectos dos estudos de Hannah Arendt. Na manhã desta quinta-feira, 9, a prof. dra. Daiane Eccel falou sobre “Existência e responsabilidade: o que Jaspers e Arendt tem a ensinar em tempos indigentes?”. Já o prof. dr. Helder Félix abordou “O que ainda podemos aprender com a crise da educação?”.
Quinta-feira, 9 de outubro19h15 - ConferênciaProf. Dr. Cesar Candiotto: Efeitos políticos da governamentalidade algorítmica: perspectivas de leitura a partir de M. Foucault e H. Arendt
Sexta-feira, 10 de outubro8h - Mesa redonda com mediação do Prof. Dr. Paulo BecherProfa. Dra. Crislei Custódio: Nomear o mundo e narrar as experiências: reflexões sobre educação e pensamento em Hannah Arendt
Prof. Dr. Eduardo Morello: Educação e infância: entre-olhares de Eduardo Galeano e Hannah Arendt
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